"Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! porque o reino de Deus está dentro em vós." (Lucas 17: 20-21).

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Prosperidade - "A onde Termina a Doutrina Biblica Começa a Heresia"

Todos querem prosperar. É natural e óbvio que desejemos o sucesso dos nossos planos. Contudo, precisamos estar conscientes de que os planos de Deus estão acima dos nossos. Os propósitos divinos serão concretizados, quer queiramos ou não. Por isso, alguns dos nossos planos ou pedidos podem não se cumprir, por serem contrários aos objetivos do Senhor (Mc.10.35-40; II Cor.12.7-9). O que torna a questão ainda mais digna de ponderação é o fato de que os propósitos de Deus nem sempre são conhecidos ou, pelo menos, não são de conhecimento público.


Pode então acontecer de alguns cristãos estabelecerem alvos e viverem lutando por alcançá-los, esperando uma ajuda divina, depositando sua fé e sua esperança em algo que pode não acontecer. Prosperidade é um conceito bíblico. Porém, precisamos considerar os limites do conceito.


Se você recebeu uma promessa de Deus, então caminhe na direção desse propósito, pois sua realização está garantida. Pode depositar sua fé sobre a palavra de Deus, pois esse investimento é seguro.

Se você simplesmente deseja algo correto e legítimo, então você pode orar, jejuar e trabalhar pela realização. O seu propósito pode ser bom e Deus pode abençoá-lo com o êxito. Entretanto, seu propósito pode ser mau, mesmo parecendo bom, e então Deus não permitirá que você prospere nesse empreendimento. Um filho pode pedir que pai lhe permita sair sozinho para brincar na rua. Então, suponhamos que o pai não permita. A criança pode ficar revoltada, mas o pai sabe o que é melhor e mais seguro para o filho. Da mesma forma, Deus vê o que nós não vemos. Ele vê o futuro de um negócio, de um casamento, de um emprego, de uma amizade, de uma viagem, etc. Assim, ele impede que alguns projetos se concretizem pois sabe que aquilo não

seria benéfico. Podemos ficar então com a impressão de não termos prosperado. Contudo, a verdadeira prosperidade não consiste em conseguirmos tudo o que queremos, mas em estar onde Deus quer que estejamos, fazendo e conquistando tudo o que ele tem para nós.


Quando Ló se separou de Abraão, escolheu as campinas do Jordão. Quem assistisse aquela cena, pensaria que Ló tinha ficado com a melhor parte, a melhor terra e, portanto, seria mais próspero. Sabemos o que lhe aconteceu depois e como sua família foi destruída quando Deus fez chover fogo e enxofre sobre Sodoma e Gomorra. Abraão, porém, que foi para lugar inóspito, teve sua descendência preservada e prosperou.


A verdadeira prosperidade faz parte dos desígnios de Deus para nós. Contudo, ela não é sinônimo de riqueza. Também não significa que vamos vencer sempre, ganhar sempre e conseguir tudo o que queremos com a máxima urgência. Os caminhos de Deus para nós passam por lugares perigosos e às vezes desconfortáveis, mas o seu fim é o mais próspero possível. Certamente passaremos pelo vale da sombra da morte. Andaremos por caminhos apertados e entraremos por portas estreitas, mas chegaremos a um lugar aprazível. Para alguns, esse estado de plenitude não se dará nesta vida.


Não quero criar uma idéia de comodismo nem de conformismo. Precisamos sempre lutar para crescer. O que não podemos é ter em mente um interpretação errada das Escrituras e do evangelho, como se a mensagem do Senhor Jesus tivesse como objetivo o nosso enriquecimento material e a satisfação dos nossos caprichos.


Podemos ter pedidos negados. Podemos sofrer. Podemos passar por muitas tribulações e aflições, conforme o próprio Jesus nos advertiu (João 16.33). Essa idéia de um "cristianismo 5 estrelas", onde não existem adversidades, é uma perigosa heresia.


O cristão não precisa ser rico. Se for, ótimo. Mas, sendo ou não, o mais importante é que, onde estiver, ele seja justo, íntegro, amável e amigo. Isso jamais pode significar o engradecimento pessoal. Vejamos o exemplo de Jesus. Sendo o máximo em todos os aspectos de caráter, ele se abaixou e lavou os pés dos discípulos.

Prof.Anisio Renato

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