"Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! porque o reino de Deus está dentro em vós." (Lucas 17: 20-21).

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Trem da Vida


Há um livro que compara a vida a uma viagem de trem.

Uma leitura extremamente interessante, quando bem interpretada.
Isso mesmo, a vida não passa de uma viagem de trem, cheia de embarques e
desembarques, alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns desembarques
e grandes tristezas em outros.

Quando nascemos, entramos nesse trem e nos deparamos com algumas pessoas
que, julgamos, estarão sempre nessa viagem conosco.

Infelizmente, isso não é verdade; em alguma estação eles descerão e nos
deixarão órfãos de seu carinho, amizade e companhia insubstituível...
Mas isso não impede que, durante a viagem, pessoas interessantes e que virão
a ser superespeciais para nós, embarquem.

Chegam nossos irmãos, amigos e amores maravilhosos. Muitas pessoas tomam
esse trem, apenas a passeio, outros encontrarão nessa viagem, somente
tristezas, ainda outros circularão pelo trem, prontos a ajudar a quem
precisa.

Muitos descem e deixam saudades eternas, outros tantos passam por ele de uma
forma que,quando desocupam seu acento, ninguém nem sequer percebe.

Curioso é constatar que alguns passageiros, que nos são tão caros,
acomodam-se em vagões diferentes dos nossos; portanto, somos obrigados a
fazer esse trajeto separados deles, o que não impede, é claro, que durante ele, atravessemos, com grande dificuldade nosso vagão e cheguemos até eles...
só que, infelizmente, jamais poderemos sentar ao seu lado, pois já terá
alguém ocupando aquele lugar.

Não importa, é assim a viagem, cheia de atropelos, sonhos, fantasias,
esperas, despedidas.....porém, jamais, retornos.

Façamos essa viagem, então, da melhor maneira possível, tentando nos
relacionar bem com todos os passageiros, procurando, em cada um deles, o
que tiverem de melhor,lembrando, sempre, que, em algum momento do trajeto, eles poderão fraquejar e, provavelmente, precisaremos entender isso, porque nós também
fraquejaremos muitas vezes e, com certeza, haverá alguém que nos entenderá.

O grande mistério, afinal, é que jamais saberemos em qual parada desceremos,
muito menos nossos companheiros, nem mesmo aquele que está sentado ao nosso
lado.

Eu fico pensando, se, quando descer desse trem, sentirei saudades...

Acredito que sim, me separar de alguns amigos que fiz nele será, no mínimo
dolorido, deixar meus filhos continuarem a viagem sozinhos, com certeza será muito
triste,mas me agarro na esperança que, em algum momento, estarei na estação
principal e terei a grande emoção de vê-los chegar com uma bagagem que não
tinham quando embarcaram...

e o que vai me deixar feliz, será pensar que eu colaborei para que ela tenha
crescido e se tornado valiosa.

(Texto de Silvana Duboc)

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