"Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! porque o reino de Deus está dentro em vós." (Lucas 17: 20-21).

sábado, 23 de outubro de 2010

O Amigo à Meia-noite



(Lucas 11:5-13)

Os seres humanos raramente persistem nas atividades que eles chegam a acreditar que sejam fúteis. Quantas vezes você conheceu pessoas que simplesmente abandonaram os negócios de vendas ou instrução superior,quando se convenceram de que seus esforços eram inadequados ou que a tarefa era irrelevante para seu futuro e suas metas? A oração é, frequentemente, tratada deste modo pelos cristãos, tanto por impaciência como por impressão de que Deus possa não estar ouvindo. Este não é um problema novo. Em 1 Tessalonicenses 5:17, Paulo disse aos novos convertidos de Tessalônica para "orar sem cessar", ou seja: "Não parem de orar"! Este conselho teria sido certamente sem valor se não houvesse uma tendência frequente da parte dos cristãos a perder a fé na oração.

Em Lucas 11:1, Jesus responde ao pedido: "Senhor, ensina-nos a orar", instruindo seus discípulos nos elementos da oração apropriada, pelo modelo de oração que ele dá (11:2-4), e também na importância da fé na oração bíblica, pela parábola do amigo a meia-noite, que se segue (11:5-13). Nesta parábola, um homem é surpreendido na calada da noite por um hóspede inesperado e está embaraçado por não ter nada para alimentá-lo. Para cumprir esta exigência da hospitalidade do Oriente Médio, ele vai ao seu amigo vizinho, à meia-noite, pedindo três pães. A resposta é abrupta e insensível: "Não me importunes; a porta já está fechada, e os meus filhos comigo também já estão deitados. Não posso levantar-me para tos dar" (Lucas 11:7).

A reação do suplicante, contudo, é insistir, sem se acanhar, até que seu "amigo" veja que há menos inconveniência em honrar o pedido do que continuar uma discussão a essa hora da noite.

A moral da história, indicada no versículo oito, é que a "persistência" ou a "falta de acanhamento" do hospedeiro embaraçado conseguiu seu objetivo numa situação em que os laços de amizade e de afinidade mostraram-se ineficazes. Portanto, a aplicação da parábola é para encorajar a persistência e a fé esperançosa na oração. "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á" (Lucas 11:9-10).

É importante reconhecer que esta parábola é simplesmente ilustrativa, e não simbólica, pois Deus não é certamente um amigo insensível e de má vontade e ele não nos vê como vizinhos importunos, desavergonhados. O argumento, então, raciocina do menor para o maior, do pior para o melhor. Se verdadeiramente somos amados de Deus em vez de desprezados e se ele está ansioso antes que hesitante para ouvir nossos pedidos, por que a fidelidade na oração não produziria, não somente um ouvido atento, mas uma boa vontade em dar tudo o que pedimos que for consistente com sua sabedoria divina?

Jesus completa suas instruções em Lucas 11 sobre a fidelidade na oração indo além da certeza de que Deus ouve a oração de seu filho, a uma concentração no objeto da súplica. Enquanto há, certamente, exemplos de abusos cometidos contra crianças em volta de nós, a maioria das pessoas, não importa se são más, não dão intencionalmente aos seus filhos presentes perigosos. "Se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espirito Santo àqueles que lho pedirem?" (Lucas 11:13).

De novo, o argumento é feito contrastando o pior com o melhor. Se podemos confiar nos humanos para fazerem a coisa certa pela razão errada ou por causa da "afeição natural" por seus filhos, não podemos ser absolutamente confiantes em que Deus, que é mais do que apenas um amigo e pai, tanto ouvirá como dará suas melhores dádivas (seu Filho e a influência de seu Espírito) àqueles que lhe imploram persistente e fielmente?

O receber a mensagem de Lucas 11 no coração certamente fará com que não mais duvidemos dele. O Todo-Poderoso ouvirá, atenderá, e responderá abundantemente de acordo com nossos melhores interesses. O desafio da fidelidade na oração fica conosco.

"Quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?" (Lucas 18:8).

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