1 Senhor, como tem crescido o número dos meus adversários! São numerosos os que se levantam contra mim. 2 São muitos os que dizem de mim: Não há em Deus salvação para ele. 3 Porém tu, Senhor, és o meu escudo, és a minha glória e o que exaltas a minha cabeça. 4 Com a minha voz clamo ao Senhor, e ele do seu santo monte me responde. 5 Deito-me e pego no sono; acordo, porque o Senhor me sustenta. 6 Não tenho medo de milhares do povo que tomam posição contra mim de todos os lados. 7 Levanta-te, Senhor! Salva-me, Deus meu, pois feres nos queixos a todos os meus inimigos e aos ímpios quebras os dentes. 8 Do Senhor é a salvação, e sobre o teu povo, a tua bênção.
Um tema recorrente nas Escrituras é "perseguição". A Bíblia sempre deixou claro que o crente conviveria com o enfrentamento de seus perseguidores. Para muitos, o simples fato de ingressar na fé pode significar o início de terríveis perseguições. Foi assim com Jesus, perseguido pelos líderes religiosos de seu tempo; foi assim com Paulo, perseguido por sua fé tendo sido perseguidor da Igreja; foi assim com os apóstolos e será assim com os discípulos de Cristo. "Bem-aventurados os perseguidos...".
Os salmos descrevem várias situações de perseguição. É o caso do salmo 3, onde o salmista parece estar com sua vida ameaçada. Cresceu o número de seus adversários e são muitos os que se levantam contra ele. Chegam a intimidá-lo e a desafiá-lo, dizendo: não há em Deus salvação para ele. O que fazer numa situação assim? Como enfrentar a perseguição? Como superar os adversários que aos milhares tomam posição? O salmista nos ensina.
Em primeiro lugar, não abandone sua fé (porém tu, Senhor, és o meu escudo, és a minha glória e o que exaltas a minha cabeça...). Os perseguidores certamente dirão que nem Deus poderá ajudar. Mas equivocam-se. Não conhecem ao Senhor e só confiam nas circunstâncias. Apegam-se às suas próprias forças e recursos. Desprezam o poder de Deus. Por isso, serão envergonhados e humilhados, quando o Senhor exaltar a cabeça de seus servos. Creia nisso. Declare estas verdades ainda que as circunstâncias digam o contrário. Deus é fiel. Ele é escudo e abrigo seguro na perseguição.
Em segundo lugar, não deixe de orar (com a minha voz clamo ao Senhor...). A maioria das pessoas tende a enfrentar seus problemas com as alternativas que têm à disposição. É um erro. A oração é uma arma poderosa ante as batalhas. Através da oração confiamos nossos desafios a Deus e descansamos em seu cuidado. Ele responde orações.
Em terceiro lugar, não dê espaço para o medo (deito-me e pego no sono... não tenho medo de milhares do povo que tomam posição contra mim de todos os lados...). O medo é um inimigo a mais quando estamos em dificuldades. O medo nos inibe o raciocínio, nos enfraquece a fé, nos amplia o tamanho da adversidade. O medo nos tira o sono e nos desgasta, fazendo-nos experimentar a derrota pouco a pouco. O medo nos abala a confiança no cuidado de Deus e nos priva da comunhão com ele. O medo nos isenta da participação em extraordinárias vitórias.
Mas o medo se vai quando a grandeza e o poder desse Deus que se levanta para ferir inimigos nos vêm ao coração. Se vai, quando descobrimos em Jesus Cristo o vitorioso dentre todos os perseguidos e, ao mesmo tempo, aquele que pode socorrê-los. É Jesus Cristo o nosso modelo de fé, oração e coragem mesmo diante das mais duras perseguições. Nele deitamos e dormimos, na certeza de que iremos acordar seguros. Em suas mãos entregamos nossas lutas, certos de Sua bênção. É quando de perseguidos passamos a ser mais que vencedores...
Pr.Marcelo Gomes
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