A Igreja Católica da Itália deu início a um serviço de “tele-exorcismo”, em Milão, a sua maior diocese. O motivo é a crescente demanda dos fiéis para que se expulsem demônios. Monsenhor Angelo Mascheroni, exorcista-chefe da diocese desde 1995, afirma que, ao longo dos últimos 15 anos, a cúria já nomeou o dobro de exorcistas para lidar com uma duplicação do número de pedidos de ajuda.
“Recebemos muitos pedidos para fornecer os nomes, endereços e números de telefone, de padres exorcistas. Por isso, criamos uma central de atendimento na cúria, que funciona de segunda a sexta das 14:30 às 17:00. As pessoas com necessidades específicas podem ligar e serão atendidas por um de nossos padres. Desse modo, eles não terão que viajar muito longe para resolver os problemas dos supostos possessos”, explicou o padre.
O monsenhor disse que um exorcista pode atender por telefone até 120 pessoas por dia. “Infelizmente, com tão pouco tempo ele só consegue oferecer uma rápida bênção para cada um que liga. Isso não é suficiente”, disse. “O ideal é que os exorcistas consigam atender de duas a quatro consultas diariamente, caso contrário o serviço não será totalmente eficaz”.
A cúria não sabe por que o número de supostos endemoninhados subiu tanto. Porém, o Mascheroni credita parte desse aumento ao crescente número de pais que têm dificuldade em controlar os filhos desobedientes.
“Geralmente, pais ligam porque estão preocupados com uma adolescente que não quer ir para a escola ou que usa drogas ou simplesmente se rebelou. Na realidade, não é um demônio, mas nessa faixa etária os jovens não querem que lhes digam o que fazer. ”
O religioso sabe que muitas pessoas preocupadas e vulneráveis corriam o risco de encontrar charlatões. “Esses aproveitadores exigem dinheiro. Nós damos o nosso tempo, damos a bênção… tudo de graça. Não poderia ser de outra maneira. ”
O monsenhor enfatiza que todos os que procuraram ajuda foram atendidos. Mas acrescentou: “Pela minha experiência, os fenômenos diabólicos verdadeiros são muito raros.” Ele culpa esse comportamento incomum a “distúrbios psiquiátricos”, na maioria dos casos. Traduzido do jornal Independent.
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