"Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! porque o reino de Deus está dentro em vós." (Lucas 17: 20-21).

domingo, 27 de dezembro de 2009

O PAVÃO QUE QUIS PARAR O CANTIGO DO GALO


O pavão queria silenciar o galo em razão de ciúmes, mas não queria que ninguém soubesse isso. O cantar mavioso se tornara encantador diante de todos, e o pavão não suportava tal fato. Passou a pensar no método “discreto” de fazer sua vontade ocorrer.

Quis argumentar que alimentou o galo desde pequenino, mas não era verdade. Não pode afirmar que ensinara o galo a cantar, pois não o foi. Só pode crer que o “espaço” que o galo tinha no terreiro era favor dele, do pavão. Ele se sentia o dono de tudo.
Partindo dessa premissa, ordenou que o galo ficasse por um período de tempo sem seu cântico matutino. Os ouvintes pensariam que o galo estaria doente e, finalmente, o pavão poderia dar o “golpe” fatal.

O galo se deleitava em cantar, era seu maior prazer. Havia anos repetindo suas “melodias” o tempo todo; ninguém se sentira incomodado com sua cantoria. Agora teria de se manter silente por capricho de alguém.

O que fazer? Quem, realmente, tem voz de mando neste terreiro? – perguntava. A exigência fora feita. Teria de escolher acatar ou desobedecer. O pavão era como filho para o dono das aves.

Ele resolveu atender. Silenciou-se. Houve a reação geral: por que não está havendo a melodia que tão bem faz aos nossos ouvidos? Perguntavam pessoas e animais. Não havia explicação, e o galo resolveu ficar calado.

Mesmo com a unanimidade a favor do cantor, o pavão fez prevalecer sua perseguição fria e truculenta contra o inofensivo cantor, o galo das penas avermelhadas.
Sabedor dos fatos, um vizinho de fazenda comprou o galo, que “transferiu domicílio” rapidamente. Um dia após o negócio, todos puderam ouvir a saudosa cantoria inspiradora novamente. Não foi possível calá-lo, mas foi possível “perdê-lo”.

A alegria de todos voltou ao normal. O pavão teve de se acostumar com a simpatia geral ao som que o “incomodava”. A estratégia do “belo” e “mandachuva” não surtiu o efeito desejado. O galo seguiu cantando sempre.

Querer amordaçar os talentosos ou acorrentar os competentes é impossível. Eles não se omitem diante da responsabilidade com suas atribuições recebidas de Deus.
Antes de obrigar o galo a calar-se, o pavão deve pensar duas vezes. Se teimar em seu propósito, estará simplesmente promovendo o galo à notoriedade ainda maior. O galo não deve mostrar-se revoltado, ele tem um dom especial!

pr.Odair Alves

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