"Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! porque o reino de Deus está dentro em vós." (Lucas 17: 20-21).
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Reflexão de Quinta Feira
“Vocês ouviram o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por
dente’. Mas eu lhes digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o
ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra.”
-- Mateus 5:38-39
O famoso “lex talionis” ou lei de retaliação estabelecia o
conceito da reciprocidade do crime e da punição. A perda de um olho
seria punido com a perda do olho do culpado. Nas Escrituras, esta
lei (Lev 24:19-20) visava coibir a retribuição e inibir a vingança.
Não era que o culpado seria sempre obrigado a pagar com perda
igual. A punição podia ser menor. Mas, a vítima não podia exceder o
que ela havia originalmente sofrido ou perdido. Como Gandhi
observou, se a lei fosse realmente aplicada em pouco tempo todo
mundo estaria cego e sem dentes. Nos dias de Jesus a recompensa
monetária havia substituído em boa parte a aplicação da “lex
talionis”. No entanto, Jesus mostrou uma justiça superior, que visa
não a reparação de danos ou a restauração de bens matérias, mas, a
reparação de relacionamentos quebrados e a restauração de almas
perdidas. Quando somos injustiçados, quando alguém tira vantagem,
como é que nos sentimos? Impotentes, indefesos, sem controle. E,
quando nós nos vingamos, quando conseguimos “dar o troco”, uma das
coisas que tentamos ter de volta é a sensação de que temos alguma
força, que temos controle, que nós também podemos mandar na
situação. Quanto vale um objeto quebrado ou um bem danificado em
comparação a uma alma perdida? Jesus não está mandando que seus
discípulos se submetam cegamente a agressões, mas ele está nos
proibindo de revidar, de nos vingar. Pedro (Atos 5:29) e Paulo
(Atos 16:37; 22:25; 25:8–12) nem sempre se submetiam passivamente a
ameaças ou agressões. Entretanto, há situações em que será melhor
perder ou sofrer do que buscar nossos “direitos”. Jesus está nos
apontando para um reação alternativa que pode surpreender e começar
a mudar quem nos ofendeu ou nos machucou. Quem sabe esta mudança
alcance não só os que nos ofenderam, mas, a nós também. Talvez seja
nós que mais precisamos.
hermenutica.com
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