"Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! porque o reino de Deus está dentro em vós." (Lucas 17: 20-21).
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Igreja Betesda nega que oriente pastores a aceitar e abençoar casais gays e responde acusações de ex pastor
A Igreja Betesda do Ceará entrou em contato para esclarecer a matéria publicada por nós falando sobre o texto escrito pelo pastor Edney Melo (foto) que explicou os motivos pelo qual estava se desligando da denominação.
Confira o texto do Pr. edney na íntegra:
Percebendo o tamanho da repercussão com relação ao meu desligamento da Betesda, decidi romper o silêncio. Não sou neófito ou irresponsável. Sou pastor de uma comunidade punjante, bonita, leve e com características únicas, como qualquer comunidade cristã nordestina, que luta pela própria sobrevivência e pretende levar a sério seu amor a Jesus, o Nazareno e à sua mensagem da Cruz.
Estive, há 24 anos na igreja Betesda. Fui, durante seus momentos mais difíceis, um de seus principais elaboradores, mantenedores emocionais, um ferrenho lutador. Em todos esses anos, sob a tutela de Allison Ambrósio, que me ensinou a ser líder. Amei, trabalhei, orei e me empenhei por essas comunidades com afinco por muitos anos. Formei líderes, cuidei de novos membros e tenho tido meus melhores amigos ligados à Betesda. Tenho autoridade para falar da Betesda em todos os seus segmentos. Conheço a fundo sua estrutura e seus bastidores mais discretos. Eu conheço essa igreja como a palma de minha mão. E, infelizmente, hoje, eu a percebo tão cruel quanto qualquer instituição religiosa. Pensamentos novos em práticas antigas.
Procurarei não ser ofensivo em minhas próximas palavras, diferentemente do que tem acontecido contra mim. Isso me admira muito, visto que a idéia da tolerância, da compreensão e da graça, sempre foram alardeadamente pregada nos ambientes da Betesda. Uma igreja não é constituída, ela é formada, estabelece-se, desenvolve-se e vai assumindo características que a identificam e a solidificam no decorrer dos anos. Assim, a Betesda, minha amada igreja, também tem mudado. Tem adquirido características institucionais e de pensamento, que, a princípio, apenas demonstravam sua pluralidade. Com o passar dos anos, não havia mais pensamentos plurais, mais opostos. Mas percebo, que, o que começou a se desenvolver, foi um grupo de pessoas confusas, teológica e institucionalmente. Agi como podia. Mas as questões levantadas, as palestras ministradas, sempre desconstruíam, mas tinham uma proposta construtiva incipiente.
Com a morte do Pastor Allison, mesmo sem perceber, comecei a perder o afinco e o amor que tinha pela instituição. Mesmo assim, tentei segurar os fios que ligavam sua frágil estrutura, inclusive, mentoreando novas lideranças. No entanto, ano passado, em conversa com um dos principais pastores da Betesda, eu o ouvi falar de uma reflexão que estava sendo feita sobre a questão homossexual, que, deveria ser considerada pela igreja, normal. Inclusive, disse ele estar disposto a aconselhar casais homossexuais em sua comunidade, como se foram héteros, com a restrição de não serem promíscuos. A partir daí, passei a ter uma série de conversas com a liderança cearense da Betesda, com quem questionei esses e outros pressupostos, contidos no consciente coletivo da igreja, como a volta de Jesus, a ressurreição e outras questões que considero irrefutáveis.
Quando essas questões, durante esse ano, começaram a ser expostas no youtube e em revista de circulação nacional, novamente me posicionei. Percebi, então, que estávamos completamente divididos dentro da própria instituição. Falávamos ser uma comunidade de pensamento polifônico, mas, na verdade, tornamo-nos um ajuntamento destoante de instrumentistas. Nossos púlpitos e nossas conversas nos encontros são incongruentes. Parece haver diálogo. Mas, na verdade, o que existe é um grupo que elabora questões elevadas, um outro que finge que concorda, outro que finge que entende e a igreja perdida, sem referenciais. Todos os limites entre estes grupos começaram a se confundir, mudando a imagem pública da Betesda, que não sabe se é ou não evangélica. Quem discorda dos pensamentos elaborados, ou não entendeu ou é fundamentalista. Rótulos e jargões,são detestados mas apenas criaram-se novos, de acordo com novos pressupostos.
Eu decidi sair em silêncio, não por ser dissimulado, maquiavélico, traidor. Eu conheço o meu significado para a Betesda e sabia que traria uma grande repercussão. Tentei preservar os que são ligados a mim do rótulo de conspiradores. Tentei preservar minha comunidade de reuniões intermináveis. Ela cobrava de mim uma posição a tempos. E, obviamente, precisei fazer isso com o mínimo de planejamento. Eu o faria com mais calma. Tive que acelerar o processo, por causa da notícia, que me chegara, de que oito pastores estavam querendo se organizar para algum tipo de decisão. Por isso, quase imediatamente, quis sair. Não queria ser envolvido em nenhum racha. Quanto à minha comunidade já ter um nome, isso não foi planejado exaustivamente. Não queríamos ser conhecidos como dissidentes. Queríamos ir em direção à nossa própria identidade. Em um dia, concordamos com o nome: Comunidade de Cristo Maranata. Peço perdão aos que me amam. Mas tomei essas decisões para sua preservação.
A minha saída é a minha última mensagem para a Betesda. Gostaria que ela tivesse re-avaliado suas posturas, sua repercussão pública com mais respeito a quem pensa diferente. O futuro da Betesda não será a polifonia, será a solidão. Se, não houver uma profunda reformulação de pensamento e jornada. Não gostaria de ser procurado. Minha maior atitude e sinal de coerência é minha partida, com os meus.
Em paz, mas em jornadas diferentes.
EDNEY MELO
Por meio desse contato a Betesda pede o direito de resposta para apresentar aos leitores deste site a sua versão do fato. Entre os tópicos apresentados nesta respota a igreja diz que “jamais orientou seus pastores para uma ‘aceitação teológica’ da homossexualidade, muito menos para abençoar uniões homoafetivas”.
O texto assinado pelo Presidente da Betesda do Ceará, pastor Domingos Sávio Rodrigues Alves, também mostra a versão do ministério fundado por Ricardo Gondim sobre a ressurreição e outros ensinamentos doutrinários da igreja.
Leia o direito de resposta da Igreja Betesda do Ceará:
DIREITO DE RESPOSTA
“A Igreja Betesda do Ceará, atingida que foi pelas declarações do seu ex-pastor Edney Melo, vem a público esclarecer que:
1. A Betesda sempre incentivou seus pastores a estudar, refletir e elaborar ensinamentos bíblicos com liberdade e responsabilidade, que sejam compatíveis com a realidade da vida e as ansiedades causadas pelo contexto social.
2. Percebe-se que o mundo inteiro passa por grandes e rápidas transformações que provocam sucessivas crises éticas, lançando desafios para uma igreja reflexiva fazer perguntas difíceis sobre temas complexos, e ao mesmo tempo e propor respostas orientadas pelos ensinamentos bíblicos.
3. A Igreja Betesda postula a realidade da crucificação e ressurreição de Jesus como providência amorosa do Deus trino (Pai, Filho e Espírito Santo) para a reconciliação com a humanidade; postula a ressurreição dos mortos para o juízo final, da vida eterna e da condenação, do céu e do inferno.
4. A Igreja Betesda jamais orientou seus pastores para uma “aceitação teológica” da homossexualidade, muito menos para abençoar uniões homoafetivas. No plano estritamente religioso, recebemos todas as pessoas que se dispõem a ouvir a palavra de Deus, crendo que o Espírito Santo possa convencê-las ao arrependimento e a seguir no aprendizado dos caminhos do Senhor. Ainda no plano estritamente religioso, não nos cabe trancar nossas portas para viciados, mentirosos, adúlteros ou criminosos, sejam eles heterossexuais, homossexuais, republicanos ou democratas. Nós pregamos a palavra e cremos no milagre da conversão.
5. Todavia, consideramos vergonhosa e diabólica a opressão civil de minorias. Todo regime político fundamentalista (religioso, econômico, científico) é pobre, doente e nocivo aos seres humanos. A democracia pressupõe a convivência e tolerância mútuas, a abertura para dialogar e encontrar soluções que compatibilizem as opiniões e interesses da maioria com os direitos inalienáveis das minorias, sejam essas étnicas, religiosas ou culturais.
6. Esses assuntos são estudados e ensinados nos cultos doutrinários, nos cursos de batismo e nas pregações dominicais. Como instituição, damos ênfase à busca de uma relação pessoal de cada servo e filho com o Deus criador, ao aprendizado e amadurecimento que se espera de um cristão.
7. No tocante ao Pr. Edney Melo, lamentamos profundamente a sua partida, sem que houvesse de sua parte sinal algum de descontentamento. Se ele ouviu, entendeu ou presenciou algo diferente do que foi aqui exposto, não foi como orientação ou dogma da Igreja, mas talvez como conversa informal entre membros, ou ainda mera especulação. Caberia a ele, como líder que é, discernir opiniões pessoais de posições institucionais.
8. Por fim, confiamos que o Pr. Edney Melo honrará as pendências financeiras causadas por sua saída silenciosa e unilateral, cujas circunstâncias a Igreja não exporá, em respeito ao cidadão Edney Melo.
Pr. Domingos Sávio Rodrigues Alves
Presidente da Betesda do Ceará”
fonte:www.gospelmais.com.br
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