"Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! porque o reino de Deus está dentro em vós." (Lucas 17: 20-21).
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
UM ESPINHO NA CARNE
---Eu não me conformo com Paulo. Sempre que medito na Palavra, quando ele fala do modo como foi transformado, detenho-me e penso...
---Com toda a sua cultura farisaica, com o seu temperamento autoritário, rígido e até cruel, penso como ele renunciou a todo o poder, prestígio, fama, riqueza e se tornou pobre, fraco, açoitado, incompreendido, tudo por amor a Cristo! Como uma pessoa como ele se deixou levar a tal ponto? Por quê? Só vejo uma alternativa: Ele queria conhecer a verdadeira liberdade!
---Tinha tudo, mas nunca teve nada! Era prisioneiro de si mesmo. A lei sempre o dominou e o controlou, era o seu senhor. Por ela e com ela ele fazia tudo. Até no dia em que as escamas lhe caíram dos olhos e pôde ver-se a si mesmo (Atos 9:18). Caiu em si e compreendeu que estava tudo errado! Decidiu dar um passo de fé. Lançou-se nos braços de Jesus! Fechou os seus olhos naturais e, como fazem os meninos quando brincam 'de cavalinho' com os seus pais, saltou por inteiro, deixou-se levar sem duvidar, navegando nas asas do Espírito Santo! A cada viaje com o Espírito Santo foi aprofundando a tal ponto que o seu conhecimento e intimidade com ele eram quase ilimitados. Que privilegiado!
---Eu não conseguia entender isto, até que reparei em 2ª Coríntios 12. Paulo, como todo ser humano normal, questionava-se quanto à necessidade de gloriar-se, até que finalmente decidiu contar as visões e revelações que recebeu do Senhor. Ele pensava que tinha direito de gloriar-se em suas fraquezas. Assim, quando tivesse a tentação de gloriar-se, diria a verdade. Deste modo não correria o risco de ser demasiadamente gloriado.
---Mas parece que Deus pensava diferente. Para lembrar-lhe que veio do pó, deu-lhe um espinho na carne. Este 'presente' veio acompanhado de um mensageiro de Satanás que o esbofeteava todas as vezes que se esquecia quem era e se exaltava.
---Ele pensava que, com tanta intimidade com Deus, este problema seria facilmente resolvido com a oração. Ele orou três vezes. Na verdade, creu que não devia ter orado só três vezes, porque Paulo vivia e andava 'com o Espírito Santo'.
---Creio que por três vezes ele suplicou, jejuou, derreteu-se, quebrantou a sua alma, mas não obteve uma resposta favorável (Salmo 145:18 e Mateus 28:20); pelo contrário, recebeu um sonoro Não.
---Este não, traduzido pelo Espírito Santo, significava: "a minha graça te basta. Sou eu quem merece ser exaltado". Nós somos apenas vasos. Por sua graça, a cada passo somos purificados, limpos e santificados, mas continuamos sendo vasos. Depois de compreender esta verdade, Paulo pode humildemente gloriar-se nas fraquezas e repousar no poder de Deus, livre de si mesmo, de sua maneira de ser e pensar, e de sua própria soberba.
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--Assim como Paulo aprendeu com este espinho em sua própria carne, nós precisamos aprender também. Os espinhos podem ser variados; mesmo assim, continuam sendo espinhos. O que não podemos permitir é que eles impeçam o Espírito Santo de atuar com liberdade em nós. Isto será possível se fizermos, livremente, uma escolha neste sentido: Eu quero!
---Minha oração constante é que a misericórdia de Deus me alcance, e eu possa como Paulo, me gloriar somente nas minhas fraquezas, percebendo através delas o Senhor. (LC).
Hictus
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