"Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! porque o reino de Deus está dentro em vós." (Lucas 17: 20-21).

terça-feira, 1 de junho de 2010

Herodes Também Estava Lá



Após a menção do nome de Herodes, a pergunta que se deve imediatamente seguir é: "Qual deles?". A história dessa mal afamada família percorre todo o relato dos evangelhos e chega ao livro de Atos. A árvore genealógica resumida é como se segue:
Herodes, o Grande: Assassinou as crianças de Belém, numa tentativa de encontrar e matar o menino Jesus (Mateus 2:1-16).

Herodes Arquelau, Herodes Antipas, Herodes Filipe: Eram todos filhos de Herodes, o Grande. Arquelau assumiu o trono quando seu pai morreu. José foi avisado por Deus para evitá-lo e, assim, mudou-se com Maria e com Jesus para a Galiléia ao retornarem do Egito (Mateus 2:19-23). Arquelau foi mais tarde banido pelos romanos e substituído pelos supervisores que nomearam (depois de algum tempo foi Pilatos).

Antipas e Filipe não receberam territórios menores (Lucas 3:1). Antipas era o "tetrarca" da Galiléia, e foi também o que tomou parte no julgamento de Jesus.
Herodes Agripa I, Herodes Agripa II: Neto e bisneto de Herodes, o Grande. Agripa I matou Tiago e aprisionou Pedro em algumas das primeiras perseguições contra a igreja. Ele foi ferido com vermes e morreu (Atos 12:1-23). Agripa II ouviu o apóstolo Paulo se defender e "quase foi persuadido" a se tornar cristão (Atos 25:13-26:32).

Sabemos um pouco de como Herodes (Antipas) era antes de participar do julgamento de Jesus. Sua perversidade era bem conhecida, e o próprio Senhor advertiu sobre sua influência imoral. ("Vede, guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes", Marcos 8:15.) Essa advertência se baseava, em parte, sem dúvida no modo em que Herodes se conduziu no caso de Herodias.

Ela era esposa de Filipe, irmão de Antipas, mas este a seduziu e desposou (Marcos 6:17-18). João Batista o condenou quanto a isso e, por conseguinte, foi aprisionado. Herodias queria vê-lo morto, mas Herodes "temia a João, sabendo que era homem justo e santo". Mais tarde, porém, cercado de amigos, Herodes fez um juramento à filha de Herodias após ela o haver entretido com uma dança provocante. Como a mãe insistiu, a jovem pediu "num prato, a cabeça de João Batista" (Mateus 14:8).

O orgulho de Herodes era muito grande e, em vez de recusar e passar pela vergonha diante dos amigos, ele ordenou a morte do inocente. Ações como essa lhe conseguiram uma reputação. Em algum momento, Jesus referiu-se a ele como "essa raposa" (Lucas 13:32).

A parte que Herodes teve no julgamento de Jesus resultou de um quadro de circunstâncias pouco comum. Herodes foi investido de autoridade somente sobre a Galiléia. A prisão e o julgamento de Jesus ocorreram em Jerusalém. Como, então, Herodes teve alguma participação? Aconteceu que Herodes estava de visita em Jerusalém no momento em que Jesus foi preso.

Sua presença provavelmente foi uma estratégia política para permanecer nas boas graças dos judeus por meio da demonstração de respeito pela Páscoa deles. Pilatos, o procônsul da Judéia, estava com um problema. Ele sabia que Jesus era inocente e assim o afirmou ("Não vejo neste homem crime algum", Lucas 23:4).

Mas, mesmo assim, precisava agradar os judeus. Quando soube que Jesus provinha da Galiléia, Pilatos viu uma possibilidade de escapar do dilema. Rapidamente enviou Jesus a Herodes, alegando que Jesus era da "jurisdição de Herodes" (Lucas 23:5-7). Lucas nos fornece o único relato do que aconteceu (Lucas 23:8-11).

A princípio, Herodes mostrou a alegria que sentia de, por fim, se encontrar com esse homem de quem tanto havia ouvido falar. Aliás, ele estava querendo ver Jesus há muito tempo e esperava testemunhar pessoalmente um milagre. Tinha muitas perguntas para Jesus, mas o Mestre não dava nenhuma resposta S nenhum "divertimento" para esse adúltero e assassino. E, assim, enquanto os judeus ouviam e continuavam o bombardeio de acusação infundadas, Herodes e seus soldados caçoavam de Jesus.

Começaram a humilhá-lo, vestindo-o e enviando-o de volta a Pilatos. O desprezo de Herodes pelo Salvador era óbvio, mas ele não o podia condenar. Aparentemente, mandou dizer a Pilatos que ele, também, não achava em Jesus "nenhuma culpa" (Lucas 23:14-15). Nisso vemos algo da verdadeira natureza deste homem.

Ele maltratou e humilhou alguém que era, segundo suas próprias palavras, inocente S tudo evidentemente numa tentativa de preserver uma boa posição política junto aos judeus. Certamente Jesus estava certo quando o chamou de "raposa".

Como devemos ver a participação de Herodes no processo que levou Jesus à morte? Os cristãos primitivos o consideravam uma peça principal de tudo o que ocorreu e o tinham por plenamente culpado. Para eles estavam juntos "Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel" no grupo que "se ajuntaram" contra Jesus (Atos 4:27).

Será que ele alguma vez mudou? Ao que tudo indica, não. A História conta-nos que mais tarde ele foi banido pelo Imperador romano Calígula (sendo persuadido pelo próprio sobrinho de Herodes, Agripa I) e teve uma morte lamentável.

Herodes queria encontrar-se com Jesus. Ele tinha ouvido sobre as obras poderosas de Jesus e até esperava testemunhar um milagre. Mas, ao fim, considerava Jesus apenas uma curiosidade S um ninguém descartável para as ambições políticas dele. Desde então, quantos não se aproximaram do Senhor por curiosidade, para depois rejeitá-lo como Salvador em benefício de desejos próprios?

-por Greg Gwin

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