"Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! porque o reino de Deus está dentro em vós." (Lucas 17: 20-21).

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Teologia das Epístolas - I Coríntios / Gálatas


I CORÍNTIOS

A Igreja

A Igreja é citada a primeira vez por Jesus em Mateus 16. Em Atos, temos o relato histórico dos primeiros dias da igreja. Em Coríntios temos o início do que conhecemos como base doutrinária da igreja. Em resposta a questionamentos dos coríntios, Paulo lhes escreve para admoestar e ensinar. Nessa epístola, Paulo toca em diversas questões sobre o a igreja e o culto cristão.
Dons espirituais

Um dos assuntos que mais se destacam em I Coríntios é a questão dos dons espirituais. Sem esses ensinamentos de Paulo, estaríamos ignorantes acerca dos dons, o que, aliás, é o que Paulo quis evitar. Na teologia do Velho Testamento, vimos que Deus falava através dos profetas. Na teologia das epístolas, vemos que Deus fala através dos seus diversos ministros e também através de dons espirituais. Notamos porém, que, no Velho Testamento, Deus ia revelando-se através dos profetas. Hoje, as profecias e outros dons não se destinam a revelar Deus ao homem. Tal revelação atingiu seu ápice em Cristo. Os dons hoje destinam-se a edificar, consolar e exortar, trabalhando com o conhecimento de Deus que já foi revelado anteriormente.

Ressurreição

O capítulo 15 de I Coríntios é a maior fonte sobre ressurreição. É bom lembrarmos que a ressurreição de Cristo é o "cartão de visita" do cristianismo. Existem muitas religiões no mundo, muitos profetas e líderes. Entretanto, nenhum deles ressuscitou, a não ser Cristo. Este é o selo de autenticidade do cristianismo, diante do qual, todas as outras religiões caem por terra. Observemos que a ressurreição era o tema principal da pregação dos apóstolos em Atos. Sabemos que a morte de Cristo é a solução para nosso estado pecaminoso. Porém, se ele não ressuscitasse, sua morte não teria nenhum valor. Paulo disse : Se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé e ainda permaneceis em vossos pecados.

GÁLATAS

Graça x Lei

Em Gálatas, Paulo toca na ferida da época. Os tempos do Novo Testamento foram de transição entre o judaísmo e o cristianismo. Tal transcurso não foi indolor nem suave. Pelo contrário, foi difícil e traumático. Os judeus perseguiam os cristãos em geral. Por outro lado, muitos judeus-cristãos queriam impor aos cristãos gentios a prática da lei mosaica. Na epístola em questão, Paulo não usa de meias palavras. Ele declara que "aqueles que querem se justificar por meio da lei, da graça têm caído". Além disso, os gálatas deveriam se manter na liberdade alcançada por meio de Cristo. A lei representava escravidão. A graça representava libertação. Nessa exposição, Paulo usa como alegorias as personagens do Pentateuco: Sara e Hagar.

A Liberdade cristã

A liberdade é um dos maiores anseios humanos. Ela é também um grande risco quando mal interpretada e mal utilizada. Torna-se, portanto, imperioso que saibamos o significado da liberdade para a qual Cristo nos libertou. Em tempo, Paulo advertiu aos Gálatas que não usassem da liberdade para dar ocasião à carne, porque, tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Estando livres da lei mosaica, não estamos livres do princípio que deve reger nossa vida : o amor cristão.

Obras da carne x Fruto do Espírito

Em tom de advertência Paulo mostra que a liberdade é um ambiente onde podem ser cultivados bons ou maus propósitos. Tudo depende do princípio que rege nossas atitudes. Em Gálatas 5, temos a discriminação das obras da carne e do fruto do Espírito. Esse texto nos leva a refletir sobre o sentido do cristianismo. Muitos pensam que, depois de levantarem a mão aceitando a Cristo, tudo está resolvido, e só precisam esperar que a porta dos céus lhes seja aberta. Não obstante, Paulo chama nossa atenção para a vida prática.

O cristianismo deve ser demonstrado em nossa maneira de viver. Paulo fala acerca do "andar em Espírito". Este é o modo de vida comprometido com os princípios cristãos e movido pela presença do Espírito Santo em nós, mediante voluntária submissão à sua vontade.

Anísio Renato de Andrade

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