"Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! porque o reino de Deus está dentro em vós." (Lucas 17: 20-21).

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Aluno praticante de Candoblé sofre bulliyng devido a pregação de professora evangélica em sala de aula



Segundo o Diário do ABC, a professora de história Roseli Tadeu Tavares de Santana tem um ritual antes de começar cada aula, no qual pega uma Bíblia e faz 20 minutos de pregação evangélica aos alunos. Por ser praticante de candomblé, o estudante não queria participar das pregações da professora, o que fez com que ele se tornasse alvo de ataques de seus colegas.

O pai do adolescente, o aposentado Sebastião da Silveira, 64 anos, é sacerdote de cultos afro. O estudante começou a ter aula com a professora no ano passado. Neste ano, por não concordar com a pregação, decidiu não imitar os colegas. Eles perceberam e sua vida mudou. Os ataques começaram com bolas de papel sendo jogadas no em suas costas depois passaram a ofensas graves aos seus pais. O bullying fez com que o garoto começasse a ter falta de apetite, problemas na fala e tiques nervosos.

Os pais do estudante resolveram agir sobre o caso. “Ficamos abalados”, disse Silveira. “A própria escola não deu garantias de que meu filho terá segurança”, completou. Na escola, a professora disse apenas que a pregação religiosa fazia parte de seu método de ensino. A Secretaria Estadual da Educação anunciou que a Diretoria de Ensino de São Bernardo irá apurar a história e reconhece que pregar religião é proibido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

A prática adotada pela professora é criticada por diversos alunos da escola, até mesmo pais evangélicos de alunos da escola criticam a professora: “Nunca foi falado em casa que ela fazia isso. Senão eu reclamaria, é errado”, disse a doméstica Edemilda Silva, 46 anos, mãe de um estudante de 13, que cursa a 8ª série do Ensino Fundamental e confirmou a atitude da professora. “Se quiser ouvir a palavra, vou à igreja”, completou.

A presidente da Afecab (Associação Federativa da Cultura e Cultos Afro-Brasileiros), Maria Campi, anunciou que dará amplo suporte à família de Magno pelo que o garoto vem sofrendo. “Nossas crianças não têm direito a ter uma identidade. São discriminadas quando usam as vestimentas. Falta estudar mais as culturas africanas”, afirmou.

Uma ocorrência sobre o caso foi registrada no 4º DP (Riacho Grande), e a Comissão de Liberdade Religiosa da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e o Ministério Público foram acionados. A presidente da comissão, Damaris Moura se manifestou sobre o caso afirmando que “o Estado brasileiro é laico e não pode promover uma religião específica através de seus agentes”. Ela concluiu afirmando que “é preciso compreender a importância do respeito à escolha do próximo”.

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