"Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! porque o reino de Deus está dentro em vós." (Lucas 17: 20-21).
quarta-feira, 10 de março de 2010
Carta do jovem médico dirigida ao mestre da psicanálise
No final do outono de l927, Freud, aos 71 anos de idade, recebeu uma carta de um ex-aluno de Medicina, que o levou a debruçar-se sobre o seu conteúdo, a fim de realizar um estudo psicanalítico mais pormenorizado. Tudo depois culminou com a publicação do caso num capítulo de um dos seus livros mais polêmicos, que versava sobre a religião: “O Futuro de Uma Ilusão”
Carta do jovem médico dirigida ao mestre da psicanálise:
‘Escrevo-lhe agora para narrar-lhe uma experiência que tive no ano em que me formei em Medicina. Certa tarde, ao atravessar a sala de dissecção, a minha atenção foi atraída por um cadaver de uma velhinha de rosto suave, que estava sendo conduzida à mesa de dissecação. Essa mulher de rosto suave me causou tal impressão que um pensamento atravessou a minha mente: “Não existe Deus”; se existisse, não permitiria que essa pobre velhinha fosse levada para sala de dissecção.”’
‘Quando voltei para casa naquela tarde, o sentimento que experimentara à visão naquela sala, fizera-me decidir não continuar indo mais a igreja. É certo que as doutrinas do cristianismo, antes disso, já tinham sido objeto de dúvidas em meu espírito’
Enquanto meditava sobre o assunto, uma voz falou-me a alma que “eu deveria considerar o passo que estava a ponto de dar”. Meu espírito replicou a essa voz interior: “Se eu tivesse a certeza de que o cristianismo é verdade e que a Bíblia é a Palavra de Deus, então eu aceitaria”.
‘No decorrer das semanas seguintes, Deus tornou claro à minha alma que a Bíblia era Sua Palavra, que os ensinamentos a respeito de Jesus eram verdadeiros e que Jesus era nossa única salvação. Após uma revelação tão clara, aceitei a Bíblia como sendo a Palavra de Deus e Jesus Cristo com meu Salvador pessoal. Desde então, Deus Se revelou a mim por meio de muitas provas infalíveis’.
‘Imploro-lhe, meu mestre, como um irmão na Medicina, para refletir melhor sobre esse tema tão importante e, posso garantir-lhe, se considerá-lo com a mente aberta, Deus revelará a verdade à sua alma, assim como fez comigo e com uma infinidade de outros...’
Considerações de Freud sobre a instigante carta a ele endereçada:
‘Enviei-lhe uma resposta polida, dizendo que ficava contente em saber que essa experiência o havia capacitado a manter a sua fé. Quanto a mim, Deus não fizera o mesmo comigo. Nunca me permitiu escutar uma voz interior e se, em vista de minha idade, não se apressasse, não seria culpa minha se eu permanecesse até o fim de minha vida, o que agora sou ─ um Judeu infiel’.
‘Saí para o meu gabinete para analisar apenas a indignação contra Deus, do meu correspondente, perguntando para mim mesmo: Será que o meu amigo ao ver a velhinha de rosto suave, não foi despertado emocionalmente pela lembrança de sua mãe? Suas idéias de “pai” e de “Deus” poderiam ainda não ter sido inteiramente separadas em seu espírito, de modo que seu desejo de destruir o pai, era o modo de justificar-se aos olhos da razão, como indignação com o mau trato dado a um objeto materno. Naturalmente, é típico do filho, considerar como maltrato o que o pai faz à mãe no seu relacionamento mais íntimo.
O certo, diz Freud, é que o jovem médico tornou-se crente e aceitou tudo que desde a infância lhe haviam ensinado sobre Deus e Jesus Cristo. Tivera uma experiência religiosa e experimentara uma conversão.
“Reconheço que a experiência religiosa de meu colega, forneceu substância para minha reflexão. Ainda estou esperando o resultado dessa intercessão” ─ finalizou Freud, com a carta do doutorando em uma das mãos e na outra o seu inseparável charuto.
P.S.: Esse fato verídico faz parte de um capítulo do Livro “O Futuro de uma Ilusão” ─ das obras de Freud (Editora Imago – Páginas 197 à 200)
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