"Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! porque o reino de Deus está dentro em vós." (Lucas 17: 20-21).
terça-feira, 9 de março de 2010
Como Era a Cidade de Éfeso
HISTÓRIA DE ÉFESO
Éfeso, cidade fundada pelos gregos na região central da costa ocidental da Anatólia, situada na região que hoje se chama Ásia Menor, entre Mileto e Esmirna, próximo ao lugar onde os rios Caiester e Meandro desembocam no mar Egeu. Plínio o Jovem, dizia que “nos tempos antigos o mar lavava o templo de Diana”. Essa cidade foi junto com Esmirna, Priene, Mio e Mileto, uma das que se desenvolveram na época do domínio dos reis Lídios de Sardes, nos séculos VII-VI a.C.
Era uma cidade livre administrativamente na época dos ptolomeus, mas dependente política e militarmente, tendo de acolher militares e pagar tributos, o que aconteceu durante o período do domínio selêucida. Durante o Império Romano, Éfeso tornou-se um centro administrativo romano, habitado por muitos judeus. No século II a.C. constituía um importante centro de comércio, o que continuou durante o período inicial do cristianismo.
Quanto ao contexto sócio-religioso, em Éfeso estava o famoso templo de Diana, um local especificamente consagrado àquela divindade; esse templo possuía imensos tesouros, sendo considerado uma das sete maravilhas do mundo. Esse lugar de culto tinha 130 metros de cumprimento por 67 de largura e achava-se adornado com pinturas e estátuas. Foi incendiado segundo a lenda no dia em que nasceu Alexandre Magno e esteve em ruínas por algum tempo. Alexandre se ofereceu para reconstruí-lo desde que os efésios aceitassem colocar no edifício uma inscrição indicando que ele era o reconstrutor. O oferecimento foi recusado, e os próprios habitantes reedificaram o templo, e com maior magnitude que o anterior. A reconstrução levou trinta anos. As mulheres de Éfeso venderam suas joias para arrecadar fundos para serem utilizados na construção. O reis doaram colunas e deram presentes de ouro, enquanto mobiliários de todas as classes vinham de muitas nações. O templo tornou-se amplamente conhecido por causa da imagem de Diana, a qual os crédulos diziam que havia baixado do céu.
À medida que o cristianismo avançou, o culto a Diana entrou em declínio. Em 262 d.C. seu templo foi saqueado e incendiado pelos godos, e finalmente abandonado após o edito de Teodósio, que fechou os templos pagãos. A cidade diminui de tamanho em consequência de epidemias de paludismo.
Éfeso é uma das sete Igrejas da Ásia a que se refere o Apocalipse de João (Ap 1.11; 2.1).
DESCOBERTAS ARQUEOLOGICAS
As ruínas da cidade jazem em uma planície baixa a seis ou oito quilômetros do mar.
As escavações em Éfeso começaram em 2 de maio de 1863, por encargo do Museu Britânico e sob a direção do arquiteto J. T. Woody, e se estenderam até 1874. O principal objetivo de Woody era localizar o templo de Diana, mas trabalhou durante seis anos sem nenhum resultado significativo. Porém ao escavar no teatro, encontrou uma inscrição que narrava como as imagens de Diana eram levadas do templo ao teatro em cada aniversário da deusa, e como a procissão entrava na cidade pela porta Magnésia e saia pela porta Corésia. Wood encontrou essa portas e assim pôde descobrir a rua que conduzia ao templo. Este foi descoberto e escavado durante cinco anos. Davi C. Hogarth continuou o trabalho no templo durante os anos de 1904-1905. O Instituto Austríaco de Arqueologia começou a escavar em 1908, e por mais de trinta anos realizou minuciosas escavações que lhe permitiram uma ideia global da cidade.
Os escavadores constataram que os muros da cidade de Éfeso mediam quase oito quilômetros de cumprimento, e encerravam uma extensão de mais de 400 hectares. Esses muros eram altos, e algumas ruas estavam calçadas de mármore. A mais importante dessas ruas conduzia do teatro ao porto, situado a 800 metros de distância. A rua media 11 metros de largura e estava flanqueada por colunas, atrás das quais existiam armazéns e outros edifícios esplêndidos. Em cada extremo havia entradas monumentais.
O lugar do templo da “Grande Diana dos Efésios” estava localizado a quase um quilômetro e meio a noroeste do muro da cidade. O muro tinha sido construído sobre uma enorme plataforma de concreto de 71 por 127 metros. Seu teto se destacava sobre 127 colunas jônicas de 1,8 metros de diâmetro e 18 de altura. Wood encontrou entre as ruínas o que acreditou ser um altar, porém mais tarde Hogarth deu um golpezinho sobre esse “altar” e ouviu um som oco. Resolveu abri-lo e encontrou dentro dele uma grande e importante coleção de joias, moedas e outros objetos de arte. Muitos concluíram que aquele suposto altar era um depósito de oferendas realizadas durante a colocação da pedra angular ou inaugural nos alicerces, quando templo começou a ser construído.
No meio da cidade foi encontrado a Ágora (praça do mercado), uma área retangular de 110 metros de cumprimento rodeada com colunas, armazéns e quartos. Em meio do espaço aberto havia um relógio de água e de sol.
A noroeste do Ágora, na ladeira ocidental do monte Pion, os escavadores desenterraram um anfiteatro cujas fileiras de assentos tinham capacidade de acomodar pelo menos 24.000 pessoas. Nas cidades gregas da época o anfiteatro era o local habitual de reunião do povo, e este anfiteatro em particular apresenta uma das mais vívidas cenas do Novo Testamento, já que foi o lugar onde Demétrio e seus companheiros lideraram a multidão no grande distúrbio contra Paulo, devido ao culto à Diana e a diminuição da venda das miniaturas do templo, que os ourives faziam e comercializavam (At 19.23-41).
Ao nordeste deste anfiteatro, perto da porta de Corésia, foi encontrado o antigo estádio, onde eram realizados jogos, combates de gladiadores e lutas com animais selvagens.
Outras descobertas incluíam uma bela casa de banho, de mármore com muitos quartos, uma magnífica biblioteca, uma grande basílica dedicada a “São João, o Teólogo”, a “Catacumba dos Sete Adormecidos”, onde foram encontradas centenas de locais de sepultura, e um templo dedicado a adoração do Imperador. Ali havia uma estátua de Domiciano, o Imperador que exilou João na Ilha de Patmos e perseguiu os cristãos no tempo em que Cristo revelava o Apocalipse ao evangelista.
Nenhuma cidade tem sido escavada tão minuciosamente como foi Éfeso. Essas escavações lançam considerável luz sobre as epístolas de Paulo e os escritos de João, especialmente no que se refere às sete igrejas do Apocalipse.
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