"Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! porque o reino de Deus está dentro em vós." (Lucas 17: 20-21).
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Carta à Igreja de Filadélfia
O livro de Apocalipse começa com a visão do Cristo glorificado. Em seguida, vêm as sete cartas e, em cada uma delas, é mencionada uma característica do Senhor Jesus, conforme o que João estava vendo: seus pés, sua boca, seus olhos, etc.
O detalhe enfatizado tem, geralmente, uma relação com o teor da mensagem àquela congregação específica. Cada característica do Mestre vem suprir a necessidade de cada situação.
No caso da igreja de Filadélfia (Ap.3.7-13), vemos nova referência à chave, símbolo de autoridade, já citada em 1.18. Estamos habituados ao conceito de autoridade relativa, de acordo com posições hierárquicas. Ali, porém, notamos o aspecto da soberania de Cristo, pois ninguém pode fechar o que ele abriu ou abrir o que ele fechou (3.7). O nome do rei Davi é citado no texto por ser um tipo do governo messiânico.
Toda esta supremacia do Senhor contrasta com a pequena força da igreja (3.8). Se olharmos para nós mesmos, talvez fiquemos desanimados diante da nossa limitação.
Entretanto, é o Senhor que vai adiante de nós. Com nossas próprias forças e recursos não poderíamos abrir nenhuma porta, mas Deus abre as portas diante da igreja (3.8), pois ele tem as chaves (3.7). A autoridade divina supera toda força humana ou a sua falta.
Sejamos, portanto, confiantes. A igreja vive sob ameaças, riscos e desafios, mas não precisa temer. O Senhor é a sua garantia. Ele é o verdadeiro (3.7) que vencerá os mentirosos (3.9). Não precisamos ser muito fortes, mas muito crentes. Assim venceremos.
Em situações de dificuldade, necessidade e aperto, precisamos de uma porta. Talvez até consigamos vê-la, mas ela se encontra fechada. Nesse caso, oremos àquele que tem as chaves em suas mãos. Ele pode mudar situações e nos mostrar um caminho.
Precisamos, porém, estar conscientes de que algumas portas não serão abertas porque foi o próprio Deus quem fechou. Talvez estejamos diante delas batendo, insistindo, empurrando e chorando para que se abram. Entretanto, Deus sabe o que está lá dentro e, se ele não abrir, estejamos certos de que o Senhor quer apenas o que for melhor para nós de acordo com os seus desígnios.
Apesar de toda a ação divina a favor da igreja de Filadélfia, ainda lhe restavam algumas responsabilidades. O Senhor colocou diante daqueles irmãos uma porta aberta.
Entretanto, entrar por ela ou não seria uma decisão deles. Queremos que Deus faça tudo sozinho? Ele não fará aquilo que é da nossa competência.
Porta representa oportunidade, uma entrada, uma saída, um meio de acesso. Não sabemos qual era exatamente a porta que o Senhor abriu para aquele povo. Contudo, precisamos identificar as que ele tem aberto para nós. Não podemos ficar parados diante elas, esperando que ele nos carregue para dentro. Devemos levantar e andar.
Precisamos tomar algumas decisões e iniciativas para não deperdiçarmos as bênçãos que o Senhor nos oferece. Não podemos fechar a porta que ele abriu, mas podemos negligenciá-la, sendo omissos, irresponsáveis ou preguiçosos. É o caso daquele que tem escola, mas não estuda; tem emprego mas não trabalha; tem ministério mas não exerce. De fato, cada dia de vida representa uma nova oportunidade que Deus nos dá, uma porta aberta para muitas realizações.
O texto mostra ações de Deus e ações da igreja. O Senhor dá o que a igreja precisa, mas é nossa responsabilidade guardar o que recebemos (Observe o verbo “guardar” em 3.8,10,11). Guardamos aquilo que valorizamos. Temos a tendência de guardar costumes e tradições, mas precisamos verificar se estes são os verdadeiros valores do evangelho.
O que a igreja de Filadélfia precisava guardar? Temos pelo menos dois tópicos fundamentais: o nome de Jesus (3.8) e a palavra de Deus (3.8,10). Este é o segredo de resistência do cristão contra o Inimigo. Se colocarmos o nosso nome, a nossa denominação, acima do nome de Jesus, corremos o risco de cair. Se negligenciarmos a palavra de Deus, cairemos de igual modo. Guardando a palavra, a igreja também seria guardada na hora da tentação.
A carta à igreja de Filadélfia não traz nenhuma palavra de repreensão, mas de advertência. A igreja estava bem aos olhos de Deus. Porém, precisava manter sua posição de fidelidade e vigilância.
Apesar de sua pequena força, seria vitoriosa sobre os emissários do inimigo (3.9), identificados como “sinagoga de Satanás”.
Filadélfia significa “amor fraternal” e na carta a ela destinada o Senhor Jesus faz uma declaração: “Eu te amo” (3.9). O amor do Senhor por nós nunca deve ser esquecido ou colocado em dúvida por causa das tribulações.
Naquele momento histórico, Jerusalém e o templo já tinham sido destruídos. Lembrando disso, vemos com mais propriedade a promessa de bênção no fim da carta, onde são citados um novo templo e uma nova cidade:
“Ao que vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu do meu Deus, e também o meu novo nome. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.” (Ap.3.12-13). Prof.
Anísio Renato de Andrade
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