"Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! porque o reino de Deus está dentro em vós." (Lucas 17: 20-21).

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A Familia de Jesus



“Falando ele ainda à multidão, sua mãe e seus irmãos estavam do lado de fora, pretendendo falar-lhe. Disse-lhe alguém: ‘Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem falar-te’. Porém ele respondeu ao que lhe dera o aviso. ‘Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?’ E, estendendo a mão para os discípulos, disse: ‘Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe’.” (Mt 12.46-50.)
Jesus estava em sua segunda viagem pela Galiléia, acompanhado de seus discípulos e algumas mulheres que o serviam com os seus bens. Ele curou um endemoninhado cego e mudo. Os fariseus não gostaram disto e o acusaram de estar sendo usado por Belzebu, o príncipe dos demônios. Jesus os repreende severamente. Eles rejeitam o seu ensino, mas pedem um sinal. Jesus não lhes dá nenhum sinal, antes, os repreende ainda mais severamente, desmascarando a sua incredulidade. Você já se perguntou por que todo incrédulo pede sinal?

Eles ficaram muito irados, e só não mataram a Jesus por temer a multidão que estava com Ele. Mas, começam a tramar contra a vida de Jesus. Seus familiares ficaram sabendo disto, e temendo o pior, foram decididos a tirá-lo de lá. Tentaram justificar aos seus algozes dizendo que Jesus estava fora de si (Mc 3.20-22). É neste clima tenso que há o desenrolar desta história.

Jesus estava numa casa e, como sempre, grande multidão o acompanhava, de sorte que não podia nem parar para comer com os discípulos. Após a discussão com os escribas e fariseus, o clima geral era de expectativa, mas ele ensinava tranqüilamente. Neste ínterim, chegam seus irmãos e sua mãe e mandam chamá-lo, pois não conseguiam entrar na casa que estava lotada. Alguém o interrompe e dá o recado. Jesus não pára de ensinar, somente ensina outra lição que não estava no script.

Aqui fica um princípio aos pregadores e mestres que devem, sem dúvida, se preparar, mas também devem estar atentos às ocasiões que se apresentam. Muitas vezes uma lição diferente daquela que foi planejada se fará necessário. Precisamos aproveitar bem as oportunidades que surgem para ensinar às pessoas sobre Deus.

O Mestre por excelência – Jesus – nunca desperdiçou uma oportunidade, por mais trivial que parecesse. Ele sempre aproveitou cada ocasião para ensinar preciosas lições espirituais aos que estavam junto dele. Qualquer jumentinho, barco, monte, casa, estrada, pedra, era o púlpito de Jesus. Sua vida ensinava tanto quanto as suas palavras. Observá-lo, já era um grande aprendizado. Que mestre, que pastor, que pregador! Ensina com a vida e com as palavras, a qualquer pessoa, em qualquer ocasião e lugar. Daí seu grande poder, influência e autoridade.

Muitos, hoje, precisam de um púlpito, de um auditório, de um estádio, de uma grande igreja e, principalmente, de multidões, para que possam ensinar e pregar. Mas para Jesus, cada pergunta, cada circunstância, cada acontecimento, por mais fortuito, não lhe passava despercebido, e se transformavam em grandes e poderosas lições.

Encontro entre família – há nesta história, um interessante encontro entre a família física e a família espiritual de Jesus. A física, dizendo a Jesus o que fazer, dando ordens, e fazendo por ele, como sendo senhores. A espiritual, ouvindo o que Jesus tem a dizer e obedecendo as suas ordens, pois, sendo ele Senhor, é quem faz e manda. A nossa relação com Cristo tem sido física ou espiritual?

Se perguntarmos: quem no texto é a família de Jesus? Certamente teremos duas respostas. A família física é os que estão do lado de fora chamando a Jesus; a família espiritual, o próprio Jesus responde apontando para os seus discípulos.

Pressionando Jesus – na sua imaginação, o que se passou na mente dos parentes de Jesus? Seus irmãos não acreditavam muito nele, não concordavam com Ele, e até o achavam meio maluco (segundo lemos em João 7.1-5), isto não quer dizer que queriam vê-lo ser linchado ou morto. Então, convenceram Maria, sua mãe, a irem chamá-lo e a levá-lo de volta para casa enquanto ainda havia tempo. Porém, na impossibilidade de entrar na casa para falar com ele, apelam para o trunfo que tinham, seu parentesco sangüíneo. Nós somos seus parentes, portanto, temos prioridade e autoridade sobre Ele. Ele tem que parar o que estiver fazendo para vir falar conosco.

Nós também, constantemente, apelamos para Jesus usando os nossos trunfos. Gostamos de apresentar argumentos para pressioná-lo a atender-nos mais depressa. Usamos argumentos para convencê-lo a fazer o que queremos. Sou dizimista, orei no monte, fiquei quarenta dias em jejum, sou regular na igreja, sou uma boa pessoa, também sou filho de Deus. Não faltam os mais ousados que determinam, exigem, ordenam. Tudo é como se estivéssemos dizendo: “Senhor, pare já o que estiver fazendo e venha me atender. Agora! Faça o que eu digo, seja feita a minha vontade!”

Precisamos urgentemente aprender que: Jesus não se impressiona com os nossos argumentos; ninguém tem maiores privilégios que outros diante dele e Ele não precisa que lhe digamos o que fazer. Ele sabe o que é prioridade. Ele sabe o que é mais importante. Suas prioridades são espirituais e não materiais. Ele não faz a nossa vontade, mas a vontade do Pai.

Boas intenções – vimos que a família terrena de Jesus vem em seu socorro para salvá-lo. É até hilário pensar no salvador precisando de salvação. Eles se esqueceram que é Ele quem salva, não se pode usurpar o seu papel. Eles precisavam crer que Ele não veio ao mundo para morrer num levante popular ou, numa tragédia, sem cumprir sua missão.

Não podemos negar que os seus parentes o amavam e estavam bem intencionados, mas, tornavam-se um grande empecilho para Jesus. A intenção era boa, mas no fundo, demonstrava incredulidade ou ingenuidade, por pensar que, talvez, ele não fosse capaz de realizar o que prometeu e precisava de uma forcinha. Revelaram uma tremenda falta de fé. Somos nós quem precisamos da sua ajuda e salvação. Somos nós quem precisamos que Ele venha em nosso socorro. Ele não precisa que o defendamos (como Pedro também tentou fazer e foi repreendido - Mateus 26:51-54).

A reação de Jesus – Jesus então aponta para os seus discípulos e declara: “Estes são a minha família, mas não somente estes, qualquer um pode ser a minha família, não há uns poucos privilegiados, todos podem tornar-se. Só há uma condição; que façam a vontade do meu Pai. Se assim fizer, este é minha família.”

E você, também faz parte da família de Jesus? Quem faz parte desta família são os que fazem a vontade de Deus. Você faz a vontade de Deus? Se a sua resposta for sim, você faz parte da família de Jesus; se não, você pode se tornar parte da família espiritual de Jesus fazendo a vontade de Deus.

No texto paralelo a este que lemos (escrito em Lucas 8.21), há uma explicação mais clara do que Jesus quis dizer com fazer a vontade de Deus. Nele, Jesus diz: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a executam”.

Você tem ouvido a Palavra De Deus? Tem a colocado em prática? Esta é a condição para tornar-se parte da família espiritual de Jesus. É isto o que significa fazer a vontade de Deus.

Poucos tiveram o privilégio de fazer parte da família terrena de Jesus, quando ele desceu do céu e se fez carne, habitando entre nós. Mas, muitos podem ter o grande privilégio de fazer parte da família espiritual de Jesus, fazendo a vontade de Deus, noutras palavras, ouvindo a Palavra de Deus e a colocando em prática. Este segundo privilégio, além de ser eterno, é bem maior que o primeiro. Experimente!

Jair Souza Leal
Bacharel em Teologia e estudante de Direito.

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