"Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! porque o reino de Deus está dentro em vós." (Lucas 17: 20-21).
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Cartas as Sete Igrejas da Ásia
Bom Dia, essa semana vamos fazer um estudo sobre:
Cartas as sete igreja da Ásia.
Hoje vamos falar do contexto desse estudo e durante 07 dias uma carta por dia
anisorenato.com.
As mensagens do Senhor Jesus às igrejas da Ásia encontram-se no Apocalipse e devem, portanto, ser consideradas a partir da essência e do propósito geral daquele livro. O apóstolo João o escreveu por volta do ano 95, quando os cristãos eram perseguidos pelo Império Romano. Era um tempo de tribulação e angústia, mas a palavra do Senhor foi enviada ao seu povo para consolar, exortar e edificar, mostrando aos filhos de Deus que o inimigo não prevaleceria, pois Cristo voltaria à terra para concluir o estabelecimento do seu reino.
As sete cartas têm estruturas semelhantes e alguns detalhes em comum, de modo que possamos ter uma visão geral das mesmas. Partindo de questões específicas das igrejas locais daquela época extraímos lições para a igreja universal em todos os tempos.
“Isto diz aquele que tem na sua mão direita as sete estrelas e anda no meio dos sete castiçais de ouro” (Ap.2.1)
As aflições daqueles dias podiam gerar muitos questionamentos na mente dos cristãos, principalmente dos mais fracos: será que o Senhor desamparou a sua igreja? Será que ele se esqueceu de nós ou não está vendo o nosso sofrimento? Contudo, o Senhor Jesus anda no meio dos sete castiçais de ouro, que são as sete igrejas, ou seja, ele não está ausente ou distante. Sua presença é uma realidade no meio do seu povo. As sete estrelas são os líderes das igrejas, que estão na mão direita de Cristo. Percebemos aí que eles gozam de toda a atenção e cuidado, além de estarem sob o controle e o senhorio do Mestre.
Os sete castiçais de ouro
O castiçal, símbolo da igreja, também chamado candelabro ou candeeiro, é um tipo de lamparina, com vários tubos cheios de azeite, em cujas extremidades ficam os pavios a serem acesos. A utilidade do castiçal é a iluminação. Assim acontece com a igreja. Ela não existe como enfeite, mas para ser luz do mundo. Entretanto, isto não acontecerá a não ser que ela esteja limpa e cheia do Espírito Santo. Só existe luz quando há fogo e sua presença indica que algo está sendo consumido, queimado. Podemos pressupor algum tipo de sofrimento, algum sacrifício nesse processo. O fato dos castiçais serem de ouro mostra o valor que as igrejas têm para o Senhor.
“Eu conheço as tuas obras, e o teu amor, e o teu serviço, e a tua fé e a tua paciência” (Ap.2.19).
Este é um ponto comum a todas as cartas. O Senhor afirma conhecer a vida da igreja (Ap.2.2, 9, 13, 19; 3.1, 8, 15). Nada escapa à percepção daquele cujos olhos são como chama de fogo (2.18). Ele contempla o exterior: obras, serviço, e também o interior: o amor, a fé e a paciência. Ele vê o que fazemos (obras), ouve o que falamos e sabe o que somos. Esses elementos estão em evidência nas cartas. O Senhor chama a atenção para a incoerência que muitas vezes existe entre os atos, as palavras e o ser. Observe o verbo "ser", nas formas "são" e "és" em: Ap.2.2,9; 3.9.
O fazer e o ser
As igrejas, em geral, faziam muitas obras, mas o amor e a fé nem sempre eram correspondentes. Encontramos as palavras “obra”, “serviço” e “trabalho” em Apocalipse 2.2, 3, 5, 6, 9, 13, 19, 22, 23, 26; 3.1, 2, 8, 15. Quase todos esses versículos se referem às boas obras, mas, em alguns casos, o Senhor está cobrando a essência, a motivação correta. Em Éfeso, por exemplo, o trabalho eram abundante, mas o primeiro amor tinha sido abandonado. Quando a obra está destituída da fé, as ações são regidas pela religiosidade, por mero costume ou obrigação.
O dizer e o ser
O texto toca algumas vezes na questão das palavras, principalmente naquilo que as pessoas diziam sobre si mesmas, quando, de fato, não eram. Era o caso daqueles que diziam ser apóstolos (2.2), dos que diziam ser judeus (2.9; 3.9), de Jezabel que se dizia profetiza (2.20) ou da igreja de Laodicéia que se dizia rica (3.17). O Senhor vem examinando, não a aparência ou as palavras, mas o interior, os rins e o coração (2.23). Com base nesse exame ele afirma que aquelas pessoas não eram aquilo que diziam.
Nomes e títulos
A palavra “nome” ocorre diversas vezes nas cartas: Ap.2.3, 13, 17; 3.1, 5, 8, 12. Percebemos que os títulos sempre foram muito valorizados, mesmo quando não correspondiam à verdade. Era o caso da igreja de Sardes que tinha nome de viva mas estava morta. O rótulo não correspondia ao conteúdo. Muitos queriam ser chamados de profetas (2.20) ou apóstolos (2.9) sem que o fossem. Alguns grupos também tinham seus nomes pomposos, como era o caso dos nicolaítas.
O Senhor vem mostrar a personalidade que se oculta atrás dos substantivos ou adjetivos, revelando que o mais importante é manter a fidelidade ao nome de Jesus e ter o próprio nome escrito no livro da vida, até que, na consumação dos séculos, cada servo de Deus receba um novo nome, e tenha sobre si escritos o nome de Deus, do Senhor Jesus e da nova Jerusalém.
Por ora, é importante observarmos se somos aquilo que o nosso título apresenta. As igrejas da atualidade têm sido muito criativas na definição de suas denominações. Resta saber se somos, de fato, tudo aquilo que nossa apresentação promete. O simples fato de nos chamarmos “cristãos” já é motivo suficiente para nos preocuparmos com o nosso modo de vida.
Infiltração na igreja
O Senhor denuncia a ação do inimigo dentro das igrejas através de pessoas com posição de liderança, simbolizadas por Balaão e Jezabel, e aparência religiosa, usando de profecias (2.20), doutrinas (2.14, 15) e sacrifícios (2.14,20) para enganar o povo. Por trás de propostas aparentemente positivas estão seus verdadeiros propósitos: a ganância financeira (Balaão - Jd.11), a idolatria e a corrupção sexual (Jezabel - Ap.2.20).
Erros e acertos
As cartas mostram um tipo de balanço da vida das igrejas. Depois de um exame profundo, o Senhor mostra o resultado de sua avaliação. Ele valoriza os acertos (2.2, 6, 9, 13, 19; 3.4, 8, 10) e repreende pelos erros (2.4, 14, 15, 20; 3.2, 15). Os acertos do passado são inutilizados pelos erros do presente (2.3-4). Entretanto, o Senhor declara seu amor pelas igrejas (3.19), em virtude do qual ainda está aberta a oportunidade para o arrependimento (2.5, 16, 21; 3.3, 19). Em Ap.3.9, Jesus diz à igreja de Filadélfia: “Eu te amo”. (Obs.: No Velho Testamento, Deus fez a mesma declaração à nação de Israel em Is.43.4).
Castigo e Galardão
O Senhor exorta cada igreja no sentido do arrependimento, da vigilância e da fidelidade. Tais cartas são avisos enfáticos, pois o juízo se aproxima. O verbo “vir” está em destaque, relacionado à segunda vinda de Cristo (2.5,16,25; 3.3,11). Sua vinda trará castigo (2.5,16,22,23; 3.3,16) e galardão. Ele vem buscar a sua igreja. Naquele dia, será feita a última avaliação dos que se dizem povo de Deus. Os falsos serão arrancados como o joio do meio do trigo. Os verdadeiros, os vencedores, receberão valiosas recompensas, conforme a promessa que encerra cada carta (2.7, 11, 17, 26; 3.5, 12, 21). O prêmio dos vencedores tem, quase sempre, uma ênfase espiritual, celestial e eterna. É a tônica do evangelho que, embora nos traga bênçãos terrenas, não está focalizado no imediatismo nem no materialismo.
Outro destaque fica por conta do verbo “ouvir” (2.7, 11, 17, 29; 3.3, 6, 13, 20, 22). Além de fazer, dizer e ser, precisamos ouvir a palavra do Senhor, pois ela indica o remédio para todos os males que afetam nossas vidas.
As cartas às sete igrejas da Ásia chegaram também a nós, não por acaso, mas pelo propósito eterno de Deus, o qual sabia que, em todos os tempos, ocorreriam heresias e pecados, mas haveria também um povo disposto a honrar o nome de Jesus.
“Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas”
anisorenato.com.
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