"Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! porque o reino de Deus está dentro em vós." (Lucas 17: 20-21).
domingo, 18 de abril de 2010
Nunca Duvide!
Certa noite eu estava fazendo de tudo para ajudar
uma mãe em trabalho de parto.
Apesar do esforço ela não resistiu e nos deixou
com um bebê prematuro e uma filha de dois anos em prantos.
Era muito complicado manter o bebê vivo sem uma incubadora
(não tínhamos eletricidade para ativar a incubadora).
Também não tínhamos recursos adequados de alimentação.
Mesmo morando na linha do equador, as noites eram,
não raro, frias com aragens traiçoeiras.
Uma das aprendizes de parteira foi buscar a caixa que
reservávamos a tais bebês e os panos de algodão para envolve-los.
Uma outra foi alimentar o fogo para aquecer uma chaleira
de água para a bolsa de água quente.
Sem demora retornou desconsolada pois a bolsa havia rompido.
Borracha estraga fácil em clima tropical.
"Era nossa última bolsa", disse-me.
Assim como no ocidente se diz que
"não adianta chorar sobre o leite derramado",
na África Central poderia ser que não adianta chorar
sobre bolsas estragadas.
Elas não crescem em árvores,
e não existem farmácias no meio das florestas...
"Muito bem", disse eu, coloque o bebê em segurança
tão próximo quanto possível do fogo e durmam entre
a porta e o bebê para protege-lo das lufadas de vento frio.
Mantenham o bebê aquecido.
Na tarde seguinte, fui orar com as órfãs que eventualmente
quisessem se reunir comigo.
Fiz uma série de sugestões que pudessem desperta-las a orar e,
também, contei-lhes sobre o bebê.
Expliquei nossa dificuldade em manter o bebê aquecido
em função da única bolsa de água que havia estourado.
E que o bebê poderia morrer de frio.
Mencionei à irmãzinha de 2 anos, que não parava de chorar,
a perda e ausência da mãe.
Durante as orações, uma das meninas de 10 anos,
uma de nossas crianças africanas, orou:
"Por favor, Deus, manda-nos uma bolsa de água quente.
Amanhã talvez já vai ser tarde, Deus, porque o bebê
pode não agüentar".
Por isso, manda a bolsa ainda hoje.
Enquanto eu ainda procurava recuperar o ar diante
de tamanha audácia, num corolário, acrescentou:
"E já que, Deus, estás cuidando disso, por favor,
manda junto uma boneca para a maninha dela,
para que saibas que também a amas de verdade.
Como acontece muito com crianças, me colocaram em apuros.
Poderia eu, honestamente, dizer Amém?
Eu simplesmente não podia acreditar que Deus poderia faze-lo.
A bíblia diz isso. Não há limites. Ou não?
O único jeito de Deus atender tal pedido seria por
encomenda à minha terra natal, via correio.
Eu estava então na África, por quatro anos e jamais
havia recebido uma encomenda postal de casa.
De qualquer forma, se alguém mandasse algo,
poria nela uma bolsa de água quente?
Eu morava na linha do Equador.
À meia tarde, durante uma aula da escola de enfermagem,
veio um recado dizendo que um carro estacionara
no portão de minha casa.
Ao chegar em casa, o carro havia partido,
mas deixara um pacote de 11 kg na varanda.
Meus olhos lacrimejaram.
Não consegui abrir o pacote sozinha,
e solicitei que algumas crianças do orfanato me ajudassem.
Tudo foi feito com muito cuidado para que nada fosse danificado.
Os corações batiam forte.
Trinta a quarenta olhos acompanhavam arregaladamente cada ação.
A camada de cima era composta de roupas coloridas e cintilantes.
Os olhinhos das crianças brilhavam a medida que as distribuía.
Depois viram as ataduras para os leprosos,
caixinhas de passas de uva e farinha,
que dariam gostosos bolos para o fim de semana.
Quando pus as mãos de novo na caixa, pasmem...
Uma bolsa de água quente, novinha em folha, eu gritei!
Eu não havia feito nenhuma encomenda neste sentido.
Rute, que estava no banco da frente, saltou e começou a gritar:
"Se Deus mandou a bolsa, ele também mandou a boneca".
Enfiando as mãos na caixa, se pôs à procura da boneca.
E lá estava ela, maravilhosamente vestida. Rute nunca duvidara.
Olhando para mim, perguntou:
Posso ir junto levar a boneca para aquela menina,
para que ela saiba que Jesus também a ama muito?
Este pacote estivera a caminho por 5 meses.
Foi uma iniciativa da minha ex professora de escola bíblica,
cuja líder atendeu a voz do Senhor de
enviar uma bolsa de água quente.
E uma das meninas da turma decidiu mandar junto
uma boneca cinco meses antes,
em resposta a uma oração de outra menina de 10 anos
que acreditou fielmente que Deus atenderia a sua oração,
ainda naquela tarde.
"E será que, antes que clamem, eu responderei... (Is 65.24)
(O texto acima é uma tradução feita pelo Rev. Oscar Lehenbauer)
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