"Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! porque o reino de Deus está dentro em vós." (Lucas 17: 20-21).

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Deus odeia?



Sim, Deus odeia.
Deus odeia tudo que vai contra suas perfeições. Quais são as perfeições de Deus?
Bondade, Justiça, Santidade…
Tudo que é mal, Deus odeia. Tudo que é injusto, Deus odeia. Tudo que não é Santo, Deus odeia.
Então, podemos concluir, que sendo o homem mal, injusto e pecador, desta maneira, Deus odeia o homem?
É isso que alguns pregam. E vindo de alguns pregadores ditos reformados, me soa meio estranho esta afirmativa dado que eles acreditam na depravação total do homem e que somente Deus pode resgatar esse homem que está morto espiritualmente. Porém, dado que, se Deus odeia o pecador por estar em um estado reprovável e consciente de rebeldia, então como poderia este Deus salvar o pecador? E se Deus, odeia o pecador, mas o salva mesmo odiando, então, que tipo de Deus é esse?
Podemos de fato dizer que o homem pecador é inimigo de Deus. Mas, seria Deus inimigo do homem pecador?
Já ouvi também que o inferno, só é o inferno porque Deus está lá punindo o homem por toda a eternidade. Será mesmo? Temos então, um Deus irado, que odeia o pecador, e tem prazer em punir por toda a eternidade esse pecador? Que tipo de Deus é esse?
Vamos às respostas.
Primeiramente, esse Deus criado pelos fundamentalistas não existe. Eles o criaram, pois compreendem o evangelho desta maneira. Como algo punitivo apenas. Enquanto alguns apenas dizem que o Amor vence e ignoram a justiça, outros dizem, mesmo que implicitamente, que a Justiça vence, e ignoram completamente o amor de Deus, mesmo que não digam isto com sua boca, e se perguntar a eles, jamais afirmarão isto.
Quem é Deus então?
DEUS AMA O PECADOR!!! Essa é a verdade essencial contida na bíblia desde o princípio.
Adão pecou e Deus olha com compaixão, dá roupas para ele, e promete um salvador (Gn 3:15).
Caim prossegue pecando e mata seu próprio irmão. Deus não aprova isto, mas ao mesmo tempo cuida de Caim para que não morra.
Temos a história de Saul. Este pecou também. E um espírito mal foi enviado para atormentá-lo. Porém, quando Davi tangia a harpa, ele então se acalmava. Por quê o espírito mal, o atormentava? Era apenas porque Deus odiava Saul e tinha prazer em atormentar um inimigo seu? Por quê não o matou logo então? Seria Deus um especialista não apenas em odiar, mas também em torturar? Qual era o objetivo?
O Espírito Santo havia abandonado Sansão também. Ele havia pecado e quebrado a aliança com Deus, assim como Saul quebrou. Mesma maneira. Porém, Sansão se arrependeu e o Espírito Santo se apossou dele novamente. Saul foi rejeitado porque Deus o odiava, ou porque mesmo Deus procurando de todas as formas fazer que Saul se arrependesse, ele insistiu em rejeitar a Deus?
Deus não deveria odiar a Nabucodonosor então? Você tem ideia de quão cruel era ele? Do que esse ditador tirano fez em sua época matando milhares de pessoas, conquistando mundo para si? E Deus, por misericórdia o manda para o campo, o tira de sua consciência, e ele então se volta para o criador. Não deveria Deus odiar esse tirano?
Deus não deveria ter profundo ódio por Paulo? Ele estava no assassinato de Estevão. Ele foi responsável pela morte, aprisionamento e por fazer que cristãos negassem a fé, e Deus não odiaria profundamente a Paulo?
Será que Deus é tomado de sentimentos como nós? Ele odeia, e depois ama, dependendo das atitudes do pecado? Que tipo de teologia “reformada” é essa que coloca Deus em segundo plano e o homem em primeiro?
O que dizer do texto de Ezequiel 18:23?
“Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? diz o Senhor DEUS; Não desejo antes que se converta dos seus caminhos, e viva?”

Ou de Ezequiel 33:11
“Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis, ó casa de Israel”


Porventura Deus gostaria que alguns homens fossem condenados ao inferno de fogo e outros fossem salvos?

Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens;
Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade;
Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador,
Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade.
Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.
O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo.
1 Timóteo 2:1-6


Por quê destas afirmações então, de que Deus odeia o pecador, e que o inferno só é inferno porque Deus está lá punindo o pecador?
Essa teologia “reformada” “hiper-calvinista” nada mais é do que a tentativa do homem querer pregar o evangelho através do medo de um Deus punitivo e irado. Que vai te punir eternamente pelo que você fez.
Quando me aprofundo na pregação de Paulo, a demonstração da Ira de Deus em Romanos 1, não tem nada a ver com uma punição ativa da parte de Deus, pelo contrário, é Deus deixar que o homem sofra por seus próprios atos de injustiça e impiedade. Não é isso que vemos hoje?
Ao mesmo tempo, não podemos ignorar que Deus não vá condenar o pecador que não demonstra arrependimento.
Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.
E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.
Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.
Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus. 
João 3:17-21

Porém, é muito diferente o ato de condenar e o ato de odiar. Imagine a seguinte situação: O juiz de uma cidade recebe diante de si o seu próprio filho. Ele em uma briga assassinou uma pessoa e foi pego em flagrante. Sendo o juiz um homem bom e justo, ele julga o caso e condena o seu filho à pena justa pelo seu crime. Porém, podemos afirmar que o juiz teve prazer em condenar seu filho? De modo nenhum. Porém, ele teve prazer em executar justiça, pois é justo.
Deus não tem prazer na morte e condenação do perverso. Deus ama o pecador. Prova disto, é que Ele te amou quando você ainda era inimigo dEle. Abriria Deus exceção apenas para alguns?
Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. 
Romanos 5:8

Deus odeia muitas coisas na vida do homem. Ele odeia sua injustiça, Ele odeia sua ganância, sua arrogância, sua prepotência, Deus odeia a mentira na vida do homem, e ODEIA TUDO AQUILO QUE DESTRÓI O HOMEM.
Sabe por quê Deus fez a lei? Se o homem não existisse precisaria de lei? Então por quê Deus faz a lei? Porque Ele é egocêntrico e queria impor algumas regras para mostrar que estava no comando? Obvio que não. Deus coloca para nós a lei porque quer o bem do homem. Ele deseja que o homem viva bem.
O ódio de Deus é contra o pecado sempre. Por quê? Porque o pecado distancia o homem de Deus. Se Deus odiasse o pecador seria bem simples, não precisaria enviar seu único filho para morrer por pecadores que não valem um vintém.
Assim como um pai tem seu filho no crack, e vê seu filho se destruindo e já não pode ficar em casa. Seu pai não passa a odiá-lo por causa de seu vício, antes seu pai odeia com todas as suas forças a droga que está destruindo seu filho. Esse amor não vem de Deus? Seria Ele diferente?
Vamos à alguns textos bíblicos:

O SENHOR prova o justo; porém ao ímpio e ao que ama a violência odeia a sua alma. 
Salmos 11:5
Os loucos não pararão à tua vista; odeias a todos os que praticam a maldade.
Destruirás aqueles que falam a mentira; o SENHOR aborrecerá o homem sanguinário e fraudulento. 
Salmos 5:5-6
Estas seis coisas o SENHOR odeia, e a sétima a sua alma abomina:
Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente,
O coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal,
A testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos. 
Provérbios 6:16-19

Nestes três textos, existem duas principais palavras usadas no hebraico para ira, abominar, odiar:
Sane – odiar, abominar, ser inimigo

Ta’ab – destestar, repugnar 

Vamos entender então o que dizem os textos:
Todos estes textos estão falando sobre atitudes dos homens. Aqueles que cometem o pecado se tornam abomináveis, reprováveis, condenáveis, ao passo que os justos são aprovados, aceitos.
Deus de maneira nenhuma, compactua com o pecado, iniquidade. Desta maneira, Deus é inimigo do mal. Ele odeia o mal. E aquele que pratica o mal, jamais será aceito, ou aprovado por Deus. Desta maneira, Deus reprova, abomina, condena aquele que faz o mal. Isto tudo é traduzido também como Ira de Deus. E é uma verdade bíblica. Contudo, a ira de Deus sempre pode ser aplacada, quando o pecador se arrepende e abandona o mal, a prática da iniquidade.
Ou seja, se digo que Deus odeia uma pessoa por causa do mal, na verdade, Ele não odeia tal pessoa, mas sim o mal que habita nela.
Se eu odeio a homossexualidade, necessariamente vou abominar, reprovar, condenar qualquer pessoa que venha a praticar a homossexualidade, mesmo que seja alguém de minha família. Porém, isto implica que eu odeio tal pessoa?
Que você possa se agarrar nesta verdade:
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
João 3:16

Deus é justo e enviou seu filho para sofrer a punição pelos nossos pecados, porque Ele nos AMA!!!! Seu amor o levou até a última consequência, fazendo que Jesus Cristo, o próprio Deus, bebesse o cálice da ira de Deus que era para ser derramado sobre nós. Ele te ama profundamente, com o amor mais puro, sincero e profundo que jamais conseguiremos compreender.

Por 


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