PARÁBOLAS DE JESUS

22 - A Grande Ceia - Lucas 14.16-24

Jesus, porém, lhe disse: Certo homem dava uma grande ceia, e convidou a muitos.
E à hora da ceia mandou o seu servo dizer aos convidados: vinde, porque tudo já está preparado.Mas todos à uma começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: Comprei um campo, e preciso ir vê-lo; rogo-te que me dês por escusado.Outro disse: Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-los; rogo-te que me dês por escusado.Ainda outro disse: Casei-me e portanto não posso ir.Voltou o servo e contou tudo isto a seu senhor: Então o dono da casa, indignado, disse a seu servo: Sai depressa para as ruas e becos da cidade e traze aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos.Depois disse o servo: Senhor, feito está como o ordenaste, e ainda há lugar. Respondeu o senhor ao servo: Sai pelos caminhos e valados, e obriga-os a entrar, para que a minha casa se encha.
Pois eu vos digo que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia.

Você já deve ter preparado alguma recepção - almoço, jantar, aniversário - ou festa para alguém.

Ou, pelo menos, já participou dos preparativos.
Há sempre a preocupação em agradar aos convidados para que se sintam bem.

Nos preparativos, leva-se em conta a quantidade de pessoas convidadas, a estimativa de quantos realmente comparecerão e a quantidade do que se vai oferecer. Via de regra, não há lugar para os "penetras" ou não convidados, é evidente. Isto me faz pensar em algumas coisas:

1. Na mesa do banquete, na recepção ou festa só há lugar para convidados amigos do dono da casa ou da festa, porque é uma honraria, é um privilégio para quem recebe o convite. Um convite pode ser aceito ou recusado, mas a expectativa daquele que convida é que o convite seja aceito.

2. No texto da parábola contada por Jesus, todos os convidados se escusaram do convite, e apresentaram suas desculpas, algumas esfarrapadas. O primeiro, alegou que tinha comprado uma fazenda e ia vê-la.

Dá-nos a entender que ele teria comprado sem vê-la, o que é, no mínimo, estranho, porque geralmente ninguém compra uma fazenda - algo de grande valor - sem examiná-la primeiro.

O segundo, alegou que tinha comprado cinco juntas de bois e ia experimentá-las; igualmente, uma desculpa que não justifica, porque ele poderia priorizar o convite e experimentar as juntas de bois em outra ocasião. Justamente na hora do banquete, iria fazer isso?! Pura falta de consideração, isso sim!

O terceiro alegou que tinha se casado e não poderia atender ao convite. Na primeira oportunidade, do dia do convite até o dia do banquete houve um espaço de dias.

Não se tratava de convite de última hora, como o foi na segunda oportunidade. Na cultura da época não havia "viagens nupciais", portanto eles não estariam fora em viagem. Ele bem poderia atender ao convite e levar sua jovem esposa.


3. Diante das desculpas de cada um, o dono da festa mandou seus principais empregados a convidar aos pobres, aleijados, mancos e cegos, ou seja aos marginalizados pela sociedade que não quer aceitar ao convite e impede que outros o aceitem. Mandou chamar aos necessitados, aos esquecidos, aos que nunca seriam lembrados para uma festa da sociedade.

Para quem Jesus estava contando esta parábola foi uma palavra forte, porque os israelitas separavam do convívio da sociedade, para fora da cidade, os leprosos e portadores de doenças infecto-contagiosas, porque eram considerados impuros.

A parábola tem, exatamente, este foco: A proclamação do Evangelho é para todos, inclusive para os pobres, aleijados, mancos, cegos e outros marginalizados.

No banquete do céu há lugar para toda essa gente. É a oportunidade dos gentios, porque Jesus "veio para o que era Seu, e os Seus não o receberam; mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder (direito) de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no Seu nome;" (Jo. 1:11 e 12).

Você já pensou um banquete numa casa chique só para pessoas assim? Assim é o céu! Aleluia!

4. Na mesa do banquete há muito lugar ainda (v.23). O dono da festa quer ver sua casa cheia, pois é uma grande festa.

Mandou convidar a todos os que fossem encontrados nos becos, nas favelas, nos morros, nos igarapés, nos mocambos, nas palafitas, embaixo das pontes e viadutos, nos prostíbulos, nos carandirus, nos pavilhões-nove, nas febens, nos asilos, nos orfanatos, nos hospitais, nas casas de recuperação de soropositivos, nas aldeias, nas tribos, em todo lugar. O Evangelho para é todos!!!